sexta-feira, 10 de maio de 2013

Histórias alegres d’Joaquim e d’Manuel – um d’licioso passatempo lit’rário (ficam milhores s’forem lidas com sutaque)


Primeira história
  O cirurgião ortop’dista Manuel e o anest’sista Joaquim acabam d’recebeire um paciente acid’ntado com um braço em t’rríveis condições. Num rápido diagnóstico, o Manuel concluiu:
  - Sinto muito, senhoire, mas vamos ter q’amputá-lo... com o perdão da expressão.
  Ato contínuo puxou um serrote e inquanto o Joaquim s’gurava d’um lado, o Manoel s’rrava do outro e o paciente se pôs a urrar e urrava tão alto q’se podia ouvi-lo lá 
d’Trás-os-Montes mesmo estando os montes todos na frente. Como não se calassed’jeit’algum e já s’passasse das 10 da noite pudendo o fiscal do Psiu aparecer e aplicar-lhes uma multa, fez-se necessário q’o Joaquim aplicasse antes uma cacetada d’marreta pra anestesiar o indócil paciente. E foi uma cacetada tão dura q’a vítima não resistiu e apagou-se no mesmo instante. O Manuel mediu a pulsação e constatou q’infelizmente o homem tinha ido a óbidos, ou milhore, a óbito, q’é um lugaire um bucado mais longe. Em s'guida chamou um funcionário e p’diu q’l’vasse o paciente pro necrotério e q’pusesse os dois, tanto o braço como o cadáver, num mesmo caixão pois q’ambos estavam mortos e afinal d’contas eram parentes.
  Mas logo o funcionário, pra espanto d’todos, voltou com a notícia d’q’alguma coisa estava errada, pois q’se o braço se achava d’fato morto, o resto não estava morto coisíssima ninhuma. Uma pausa e foi o Joaquim que, após cogitar por instantes com seus íntimos butões, assim pronunciou-se:
 - Manuel,... num será q’tu tiraste a pulsação do braço amputado?

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