segunda-feira, 22 de abril de 2013

OS SENTIDOS

Na aula sobre os sentidos o professor explicava:
- E tem o palato. O palato é o ponto sensível do gosto. É onde está o prazer da comida. O palato, crianças – sentenciou entusiasmado - é o ponto G da alimentação!

No dia seguinte foi chamado à direção.

- Que história é essa de “ponto G da alimentação”?! - ralhou o diretor.
- Didática, senhor – gaguejou o professor.  Achei que assim eles compreenderiam melhor.
- E por que acha que as nossas crianças - criancinhas , de 7 anos -, compreenderiam melhor a associação de palato, gosto, com ponto G, professor?!, perguntou o diretor subindo o tom.
- Bom, essa nova geração... parece tão inteirada nesse tipo de assunto.
- Acha que minha filha é depravada?
- Sua filha? Depravada? Nem sabia que o senhor...
- A pergunta não é minha, professor. É do pai de uma aluna, agora, por telefone!Puto da vi..., digo,  furioso!
- Bom, tem a tv, a internet...
 - Acha que nossas criancinhas são indecentes, professor?! Agora a pergunta é minha. Acha que minha escola é formada de criancinhas pervertidas, degeneradas e obcecadas por sexo, professor?!
- Não, senhor, foi só uma metáfora...
- E o que acha que uma criancinha – de 7 anos, professor – entende de metáforas?!
- Bom, tem a tv, a internet...
- Professor, o senhor por acaso encontrou o ponto G?
- Eu? Sinceramente? Sim. Encontrei... encontramos. E não foi por acaso.
- No palato, professor?
- Não, claro!...
- Passe no Departamento Pessoal.
- Como?
- Está demitido!
- Mas...

O professor levantou-se, caminhou até a porta.

- Professor! – chamou o diretor novamente.
- Sim.
- Volte aqui.
- Sim, senhor.
- Sente-se.
- Sim, senhor.
- Aproxime-se.
- Pois não.
- Façamos um acordo.
- Um acordo?
- Aproxime-se.
- Mais?
- Isso. Diga-me, professor, aqui pra nós: o senhor encontrou...mesmo?
- Encontrei o quê? Ah, sim, encontrei... encontramos. E não foi por acaso...nem no palato.
- Então conte-me... conte-me tudo: onde? Diga onde, e... está admitido... de novo.


quarta-feira, 10 de abril de 2013

À GUERRA, MULHERES! – 2


A grande conquista feminista do século acaba de chegar  com a notícia de que o exército americano se rendeu...acalmem-se... se rendeu a uma antiga demanda feminista: vai permitir mulheres em combate. Alvíssaras! Enfim, homens e mulheres caminharão juntos em pé de igualdade, mesmo quando em pé de guerra.

1
- Coronel, vamos atacar com uma tropa formada apenas de mulheres.
- Ah, o inimigo vai morrer de rir.
- 5 mil mulheres, coronel! Todas com TPM!
 2
- Dona Salete, vamos à guerra. A senhora está convocada.
- Ah, é, bebé! E quem vai ficar com as crianças? Vaga na creche que é  bom vocês não arranjam.
3
- Ivete.
- Oi.
- Até quando vamos ficar nesse buraco?
- Trincheira, Suzana, o nome disso  é trincheira.
- Ivete, acho que o inimigo é gay. Tamos aqui há 8 horas e ele não ataca nunca.
- ...
- Ivete.
- Que é?!
- Porque a gente usa capacete?
- Pra não estourar esse seu miolo mole.
- E se o inimigo atacar por trás?
- Aí dane-se o capacete: relaxa e aproveita.
- Ivete..
- Que é, pô!
- Se o inimigo for alto, forte, loiro e de olhos azuis, ainda
temos que chamar de inimigo?
4
Atenção para a última notícia! A invasão de Borogodó por tropas formadas somente de mulheres sofreu nessa madrugada uma derrota fragorosa. O inimigo contra-atacou usando... baratas.




sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poemas de delicadas escatologias


1
Sempre que chove aqui
no Largo do Cambuci,
dá vontade de fazer xixi.

Agora vão dizer que é intriga,
mas imaginem se fosse no Bixiga?

2
Eu grito
“Te amo, Conceição!”,
um grito comprido.
Inútil.
Seu coração
parece entupido
com cera de ouvido.

3
Ah, insaciável Gabriela!
Olhava-me com olhos de ramela.
Lambia-me com língua de cadela.

4
Veja o que fiz,
Lucinha.
Beijei uma caquinha
na ponta do seu nariz.
Agora estou à míngua,
co’ela todinha
na ponta da minha língua.

5
- Toc, toc!
- Que é?
- Q’tá fazêno?
- Xixi.
- Toc, toc. Cabô?
- Não, tô fazêno cocô.