sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poemas de delicadas escatologias


1
Sempre que chove aqui
no Largo do Cambuci,
dá vontade de fazer xixi.

Agora vão dizer que é intriga,
mas imaginem se fosse no Bixiga?

2
Eu grito
“Te amo, Conceição!”,
um grito comprido.
Inútil.
Seu coração
parece entupido
com cera de ouvido.

3
Ah, insaciável Gabriela!
Olhava-me com olhos de ramela.
Lambia-me com língua de cadela.

4
Veja o que fiz,
Lucinha.
Beijei uma caquinha
na ponta do seu nariz.
Agora estou à míngua,
co’ela todinha
na ponta da minha língua.

5
- Toc, toc!
- Que é?
- Q’tá fazêno?
- Xixi.
- Toc, toc. Cabô?
- Não, tô fazêno cocô.

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