Quinta história
Trata-se
esta história d’uma fita purnugráfica, a q’as crianças tambaim podem veire desd’q’acompanhadas dos pais.
O
Joaquim incontra-se com o Manuel numa praia d’nudismo. O Manuel está tudinho
int’rrado n’areia só aparecendo sua vulumosa cabeça.
-
Joaquim, tu tambaim aderiste à prática do p’ladismo? – diz o Manuel.
- P’ladismo,
não: naturismo – corrige o Joaquim.
- P’rmita-me
observar, mas q’coisinha insignificante tens
aí, hein!, hahaha – diz o Manuel a troçaire da piroca do Joaquim.
- E
tu deves estaire a morreire d’virgonha da sua, assim todinho int’rrado – r’bate
o Joaquim.
- Joaquim,
tu és mesmo um cr’tino – r’plica o Manuel. - Não vês q’é uma m’táfora a repr’sentaire o racionalismo
ocidental em contrapusição à ispiritualidade oriental?
Nest’momento
entra em cena a Mãria. Istá inteiri-nha m’tida numa burca – a representaire a
tal da ispiritualidade oriental - só
mostrando seus olhinhos pr’tinhos d’jabuticaba. O Manuel, ixcita-do, diz qualquer coisa d’cunho tipicamente
ocidental:
-
Hum, esta cachopa é a nora q’meu pai gustaria d’teire. Livre-se d’sse casulo,
minha doce burbuleta, e venha pousar em meu sulitário curação.
É
quando s’met’em cena um índio da tribo kaiapó.
- Mim
procurar a praia de naturismo.
-
Aqui mesmo - diz o Joaquim.
- Vejo
q’estais ixtraviado - diz o Manuel.
- Ixtraviado?
– diz o Joaquim. - Hum, tem m’smo um jeitão.
- Mim
veio praticar naturismo, como vocês.
- Epa,
a mim tu não comes, não - esquiva-se o Joaquim.
- Nem
a mim - diz o Manuel. – Mas que raios, não estoi a veire a m’nor graça: um índio a prati-caire p’ladismo
, q’ r’dundância istupida é essa?
- E
você, por que estar enterrado feito uma marmota? E essa mulher, por que veste
esse manto num campo de nudismo? E quem é esse bofe interessantíssimo do seu
lado? – diz o kaiapó.
A
Mãria interrompe a cunversa , apruxima-se da cabeça du Manuel e diz:
- Tu
falas coisas tão lindas.
E
d’pois o beija ardent’mente.
O índio aproxima-se do Joaquim para beijá-lo
tambaim ard’nt’mente, mas o Joaquim escaf’d-se d’le pra Purtugal atravessando o
oceano a nado.
O Manuel
apaixona-se p’rdidamente p’la Maria e ela pur ele , vivendo ambos f’lizes pra
sempre – ela d’burca e o Manuel tambaim d’burca.
O índio e o Joaquim têm igualmente um final
f’liz. Acabam s’incontrando, s’gostando e s’casando - mas isso em Paris, pois q’agora lá el’s deixam.
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